sábado, 28 de agosto de 2010


   
 APRESENTAÇÃO DA NOSSA CASAEm 1993 o Instituto Beneficente "Viva a Vida" como "CASA DE APOIO" para Mães & Filhos já existia em termos de instalações e abrigo, embora precário, e não era oficialmente reconhecido pelas autoridades governamentais e oficiais, mas, as crianças já eram uma realidade palpável em termos de quantidade e sofrimento; com o tempo, essa quantidade foi aumentando com as crianças enviadas pelos Serviços Sociais do Município, dos Hospitais, dos Fóruns da Infância e da Juventude e, inclusive de outros Estados da União, visando, primeiramente o fator humanitário, mas, também criando a possibilidade de continuidade das vidas, da não desfragmentação familiar, provendo a manutenção do vínculo mãe e filho, dos laços de família, sempre de conformidade com as disposições do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) procurando fornecer a ambos uma vida digna, pois a AIDS ainda, infelizmente não tem cura.
Nossa casa começou do nada...
Éramos quatro pessoas que esperavam iniciar uma Casa de Apoio. Quase que por acaso descobrimos uma chácara no município de Suzano que atendia às necessidades previstas no nosso projeto.
Era linda! Quase como uma sobreposição de cômodos diversos, em três alas, com um vasto jardim na parte central e uma bela piscina. Não esqueçamos um pomar bastante variado. Tudo muito bonito. Porém pequena...
Em principio, nossa intenção de atender a tudo e a todos se foi tornando difícil e por fim inviável. A mistura de pessoas das mais diversas qualificações, gêneros, tipos e outros fatores revelaram que não seria possível dar um atendimento generalizado aos portadores do vírus HIV, e carentes.
Haveríamos que selecionar nossos atendimentos. Então, aí começa outro drama. Quem? Este ou aquele, ou ainda esta ou aquela criança? Foi difícil fazermos a opção de mudanças de sistema de atendimento.
Homens bebem, fumam, usam drogas, rebelam-se contra seus males e consequentemente acabam por transferir isso para os que lhes acompanham, alegando ser impossível a vida sem a pratica do sexo, mesmo sem amor.
Mulheres, no mais das vezes têm os mesmos problemas dos homens, principalmente quando estão totalmente desestruturadas em termos familiares; crianças, apenas por serem crianças também não indicavam a solução dos nossos problemas e do acalentar dos nossos sonhos.
"Alea jacta est" - A sorte está lançada. E, desde então passamos a esse tipo de atendimento, que de inicio era destinado apenas para as mulheres soropositivas e seus filhos, positivos ou negativos, mas, outras mulheres viviam em situação de risco com seus rebentos, mulheres da rua, sem teto, sem lar, com maridos esporádicos, viciados, alcoólatras, toxicômanos e outros tipos bastante comuns convivendo em nossas cidades. Precisavam de apoio para não se contaminar, não contaminar seus filhos, não verem suas filhas se prostituindo já aos 10 ou 11 anos por um prato de comida e, também assim se fez, e assim ainda fazemos até hoje.
Nas imediações, encontramos outra chácara, desta vez, bem maior, com duas casas amplas, uma com quatro dormitórios, duas grandes salas, uma cozinha e refeitório com mais de 150 metros quadrados e outra com três dormitórios e demais dependências. Negociação em um dia, mudança no outro e lá estávamos nós.
Estamos nesse local até hoje. Já esteve superlotado, depois quase vazio, de novo lotado.

Passado algum tempo, alugamos um outro imóvel, este em São Paulo bairro do Ermelino Matarazzo. Uma casa enorme num local bonito e tranquilo. Chegamos a abrigar várias crianças e mães e durante um período foi denominada Unidade II. Infelizmente por problemas financeiros, não conseguimos manter essa nova Unidade e tivemos que transferir as crianças e mães para Suzano, e, hoje esse local é utilizado como sede e escritório administrativo.
Houvemos que refrear nossos sonhos, que estavam andando mais à frente que nossas posses, mas, com a nova equipe, novas idéias advirão e certamente o propósito de acerto em menos de 24 meses será conseguido.
 
  

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